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2012 - Livro Vermelho 2013

Comanthera bahiensis (Moldenke) L.R.Parra & Giul. EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 30-09-2011

Criterio: B1ab(i,iii,iv)

Avaliador:

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Comanthera bahiensis é uma espécie endêmica do Estado da Bahia, com ocorrência no Morro do Chapéu e proximidades, tendo EOO de 1.294,73 km². Apresenta pequeno porte e morfologicamente é bem diferenciada das demais espécies de Comanthera. Não há registros sobre a exploração comercial de suas subpopulações. Foi avaliada como "Em perigo" (EN), pois são considerados potenciais ameaças a ocupação restrita, o declínio das condições ambientais e a degradação do ambiente.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Comanthera bahiensis (Moldenke) L.R.Parra & Giul.;

Família: Eriocaulaceae

Sinônimos:

  • > Syngonanthus bahiensis ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Segundo Parra (2000), os representantes de C. bahiensis apresentam tamanho reduzido quando comparados às demais espécies da seção Eulepis. A forma de seus capítulos, com brácteas involucrias ultrapassando muito pouco a altura das flores, associada ao indumento das folhas, das espatas e dos escapos, torna C. bahiensis uma espécie cujos indivíduos são de fácil identificação.

Distribuição

A espécie ocorre nos biomas Caatinga e Cerrado, exclusivamente no estado da Bahia (Giulietti et al.; 2010). Scatena et al. (2004) citam coleta da espécie para Morro do Chapéu no estado da Bahia, assim como Parra et al. (2010). Segundo Parra (2000) e Biodiversitas (2005), a espécie é micro-endêmica, ocorrendo em apenas 1 localidade: Morro do Chapéu.

Ecologia

As Eriocaulaceae constituem a comunidade herbácea dominante nos campos rupestres, crescendo principalmente nos solos arenosos, juntamente com Gramineae, Cyperaceae e Xyridaceae (Menezes; Giulietti, 1986 apud Scatena; Rocha, 1995). A maioria das espécies ocorre em solos arenosos úmidos ou secos, de pH ácido. A família é caracterizada pelo hábito em roseta (morfologicamente) de onde partem escapos, portando inflorescências do tipo capítulo, talvez a característica mais importante da família (Bosqueiro, 2000). Segundo Giulietti e Hensold (1990) as inflorescências de Eriocaulaceae são monóicas, constituídas por pequenas flores díclinas. De acordo com Parra (2000) a espécie ocorre sempre em solos arenosos ou areno-pedregosos, com predomínio de arenitos e quartzitos, principalmente nas regiões de campos rupestres. A mesma autora menciona que as populações nunca extrapolam a área delimitada por esse tipo de solo, mesmo no caso de ocorrerem em outros tipos de ambientes que não os campos rupestres, as populações estão relacionadas a solos arenosos.

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Severidade very high
Detalhes Entre o século 16 e a década de 1960, os Campos Rupestres naturais do estado da Bahia foram reduzidos de 28.000 para 5.000 km² (Magnanini, 1961 apud Alves et al., 2007).

1.1 Agriculture
Severidade high
Detalhes De acordo com Costa et al. (2008), representantes de Eriocaulaceae ocorrem, na sua grande maioria, em áreas de campo rupestre, nos campos entre os afloramentos rochosos em meio a uma matriz graminóide. Estas áreas na região da Cadeia do Espinhaço têm sofrido enorme pressão agrícola e pecuária. Grandes e pequenas propriedades têm cada vez mais avançado sobre estas terras na intenção de expandir as pastagens e as áreas de cultivo, inclusive com uso de fogo. Outro problema muito frequente é a atividade de empresas mineradoras. Além do grande impacto que causam no ambiente como um todo, em geral seu modo de operação consiste, de início, justamente na retirada das camadas superficiais do solo, sobre as quais encontram-se instaladas as espécies herbáceas.

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Incidência national
Severidade high
Detalhes ​A Biodiversitas (2005) considera como ameaças para a espécie: degradação do habitat, declínio das condições ambientais ótimas, além de endemismo extremo.

Ações de conservação

1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: Considerada Vulnerável (VU) pelo Anexo I da Instrução Normativa nº6, de 23 de setembro de 2008 (MMA 2008).

Referências

- PARRA, L. R.; GIULIETTI, A. M.; ANDRADE, M. J. G. ET AL.. Reestablishment and New Circumscription of Comanthera (Eriocaulaceae). Taxon, v. 59, p. 1135-1146, 2010.

- GIULIETTI, A. M.; WANDERLEY, M. G. L.; LONGHI-WAGNER, H. M. ET AL. Estudo em "Sempre-vivas": Taxonomia com Ênfase nas Espécies de Minas Gerais, Brasil. Acta Botânica Brasílica, v. 10, n. 2, p. 329-377, 1996.

- PARRA, L. R. Redelimitação e Revisão de Syngonanthus sect. Eulepis (Bong. ex Koern.) Ruhland. Tese de Doutorado. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2000.

- SCATENA, V. L.; VICH, D. V.; PARRA, L. R. Anatomia de Escapos, Folhas e Brácteas de Syngonanthus sect. Eulepis (Bong. ex Koern.) Ruhland (Eriocaulaceae). Acta Botânica Brasílica, v. 18, n. 4, p. 825-837, 2004.

- BEDÊ, L. C. Alternativas para o Uso Sustentado de Sempre-Vivas: Efeitos do Manejo Extrativista Sobre Syngonanthus elegantulus Ruhland (Eriocaulaceae). Tese de Doutorado. Belo Horizonte - MG: Universidade Federal de Minas Gerais, 2006.

- SCATENA, V. L.; ROCHA, C. L. M. Anatomia dos Órgãos Vegetativos e do Escapo Floral de Leiothrix crassifolia (Bong.) Ruhl., Eriocaulaceae, da Serra do Cipó - MG. Acta Botânica Brasílica, v. 9, n. 2, p. 195-211, 1995.

- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.

Como citar

CNCFlora. Comanthera bahiensis in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Comanthera bahiensis>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 30/09/2011 - 14:59:50